terça-feira, 16 de agosto de 2011

O LIVRO

O livro de uma vida... final de setembro, primeira quinzena de outubro.
Assim que tiver a data definida mandarei os convites...
vem aí:

Betty Blue adora happy hour no Bagdad Café
Quando a lua não aparece e o mar fica a ver navios

Entre um café e outro

...


O olhar mexe com o corpo, arrepia a alma, aquece o mais do que o tanto...
A cor do tato desenha o corpo, redescobre a alma, expõe o mais do que o tanto...
A boca umedece o corpo, acalenta a alma, deseja o mais do que o tanto...
O amor é a refeição do olhar, do corpo, da alma e do mais do que o tanto...

...

A alma tem em sua face um luar... claridade, quase uma febre, que nos acende por dentro... o amor tem alma, muito mais do que corpo, o amor é querer estar junto mesmo na distância, o amor sempre aquece nosso rosto, feito um sopro

...

O coração explode... um arrepio grita teu nome... a esquina foi tatuada com minha sede.... e tua ausência me dá fome

...

Intensamente foi a forma que descobri para desenhar palavras
Os interruptores d’alma são toques que aceleram o sentimento
Toda essa energia vale se puder mover o coração
O resto é vento...

...

Tudo pode ser uma questão de dizer nada.

...

Já virei a página sem ter entendido o livro.
(Meu amigo, amor não é adivinhação)...

Entre um café e outro

...


Nem mesmo o mar poderá te dizer por onde andei naufragando.

...

Enfim, fica tatuado um beijo no teu coração, pra te sentires beijada sempre...

...

Lembrança é a ferrugem pelo arame da saudade...

...

Agora meu mundo estava mais próximo, não sei “próximo do que nem de onde”, mas, com certeza, estava mais próximo de algum lugar.

Lugar é um grande pássaro que adora viajar, em bandos, em bares, em mares...

...

Acordei ontem ao lado de três reticências...

...

Não me venhas falar de falta de espaço, no mesmo momento em que olhas para o céu...

...

Quem inventou o frio não te conhecia...

...

O que o mar tem pra contar, ele canta.



Essa chuva

Acende uma chuva aqui dentro
Vindo de um lustre com uma luz fraca
Uma dor conta pingos
Uma espera que o destino crava
Um “não sei lá” que responde tudo
Uma alma que não se lava
Um grito encharcado e mudo
Um querer quase absurdo
Vontade de te ver
Um amor que me faz ser
Tudo àquilo que eu sempre quis ser
E essa chuva que não passa



Cartografia

Engoliu à seco para lavar a alma... Naufragou, logo a seguir respirou e ao levantar a cabeça avistou novas terras... Acabei aprendendo com a cartografia o prazer de me perder, o prazer de desejar sempre a liberdade, seja qual forem os cursos d’água... Vou bem entre minhas loucuras e as fotografias amareladas que ainda guardo. Vejo o futuro com bons olhos e o amor parece que floresce, logo posso colhê-lo... quem saberá... Infinitamente eu me permito parar de vez em quando... Nesse momento, aí eu ando...

Contemporâneo

Nosso romance começou num bar.
Eu, tomava seu tempo.
Você, vodca.

Depois fomos num teatro.
Eu, assistia a peça.
Você, pregava uma.

Fomos num motel.
Eu, pedia uísque.
Você, vinha com gelo.

(Enquanto eu tomava a iniciativa, você procurava a sua posição)

Você caía na cama.
Eu, na vida.

Alguns meses depois, após o primeiro encontro,
nos encontramos num trem.
Eu, dizia que era primavera.
Você, parava em qualquer estação.

Anos depois, soube por alguém,
que enquanto eu escutava Caetano,
você saía com Chico, meu melhor amigo.

Marcas, tatuagens e silêncios

Espelhávamos na própria carne quando pressentíamos a dor
e tudo era uma coisa só e tudo era só
chamávamos segredo o que era intenção ardente
propúnhamos ser o que não éramos para resistir à vida
vez por outra éramos apunhalados por nossos medos
quebrávamos bússolas, rasgávamos mapas, sujávamos lentes
havíamos atingido toda a inconstância das coisas tidas como certas
e velas abertas singravam mares, bares, ares e alhos e bugalhos
entendíamos que assim resistiríamos mais
ledo engano
depois de algum tempo nos reencontramos e não falamos nada
mas havia em nossos olhares uma dor
que por não ter sentido algum
marcaria toda a nossa vida

Fomes

Era inevitável a queda
frente ao vazio que se fazia
era café sem bolacha, sem fatia
era fome o que o coração mostrava e dizia

era inevitável o pranto
frente ao exposto
era lição sem cartilha
era um mar imenso sem nenhuma possível ilha

era inevitável o fim
frente ao penúltimo capítulo que se escrevia
era final feliz sem nenhum par
era romance sem nenhuma poesia

a fome comia...

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A paz

Toda a paz que sinto agora tem um quê que me devora
Devorou minhas angustias, inquietações e meus medos
A tristeza quando vem, passa e vai embora
Levou na mala também meus lamentos...

Minha’lma mais clara lê bem melhor os meus dias
É preciso encarar os erros para sorrir mais na conquista
O receio quando vem, passa e vai embora
Levou na mala também uma vasta lista

Lista que detalhava somente o que me prendia
Corpos, olhares, mentes, que eu sem provar engolia
Comia verdades que não eram minhas e depois ardia
Febre de não ter o que realmente eu tanto queria

Comecei assim a sorrir mais, a plantar na terra meus sonhos
A colher abraços cada dia mais sinceros
A semear nos meus caminhos a minha alegria
Em linhas que eu mesmo cosia

Fortaleci com energia o que era minha maior fraqueza
De não fazer primeiro por mim, e fazer assim para o mundo
Descobri que meu olhar aberto me fazia sorrir mais
E quem estava ao meu redor também mais sorria

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Falta pouco

O livro de uma vida... final de setembro, começo de outubro...
Assim que tiver a data definida mandarei os convites...
vem aí:

Betty Blue adora happy hour no Bagdad Café
Quando a lua não aparece e o mar fica a ver navios
Bêbado

Toma café,
toma vergonha,
toma ônibus,
toma banho,
toma jeito,
toma cachaça...
E quando quiseres...
Toma meu coração.

Motivo

Quando uma corda puxa a noite
O dia vai e se enforca de ciúme.
Quando uma corda puxa o dia
A noite vai e ser enforca de ciúme.
Quando chega a madrugada
A noite e o dia se enforcam com a mesma corda...

Cartografia

Engoliu à seco para lavar a alma... Naufragou, logo a seguir respirou e ao levantar a cabeça avistou novas terras... Acabei aprendendo com a cartografia o prazer de me perder, o prazer de desejar sempre a liberdade, seja qual forem os cursos d’água... Vou bem entre minhas loucuras e as fotografias amareladas que ainda guardo. Vejo o futuro com bons olhos e o amor parece que floresce, logo posso colhê-lo... quem saberá... Infinitamente eu me permito parar de vez em quando... Nesse momento, aí eu ando...

Desejo

Desejo


Se não posso sentir
mais do que tu me permites
ainda assim sigo sentindo
tudo aquilo que não sentes
e, quando feres os meus olhos
com teus limites,
correm em minhas veias
desejos repentes

Ao contrário do que vês,
não sou tão pura,
pois minha boca
solta uma mulher ardente
enquanto crês que me tens,
sou vã procura
embora aches que sou completa,
vejo-me doente...

Ao passo que vives encanto,
sou tortura
e, quando vivo em brasa,
és decente
O que faço por amor
chamo loucura
Talvez, por isso, eu seja inocente...

Fomes

Era inevitável a queda
frente ao vazio que se fazia
era café sem bolacha, sem fatia
era fome o que o coração mostrava e dizia

era inevitável o pranto
frente ao exposto
era lição sem cartilha
era um mar imenso sem nenhuma possível ilha

era inevitável o fim
frente ao penúltimo capítulo que se escrevia
era final feliz sem nenhum par
era romance sem nenhuma poesia

a fome comia...

Amores

Amo sempre como nunca

ainda é cedo para amar tarde
paixão é mercúrio
amor é mertiolate

teu beijo... assopra?

O que se quer

O que prezo é a plena clareza

mas perfeito nem o pretérito o é
o que queres pode não estar contido
nas porções que determinam o que se quer

As palavras nos confundem
falamos muitas vezes o que não se diz
não entendo “fugir da felicidade”
apenas por medo de ser feliz

Num momento exato é sentimento
num piscar de olhos é reflexão
desmorona em segundos o que se sente
e o que foi plantado vira inundação

Talvez

Talvez eu sonhe demais, muito mais da conta, excesso de sonhos, de voos… Talvez... Abri meu coração poucas vezes em minha vida... Talvez tivesse que ter aberto mais... Talvez... Pensei nunca mais falar coisas de amor que nos últimos tempos eu tenho falado... Sou uma pessoa cheia de defeitos, mas sincera... Tento abraçar o mundo e ajudar quem está ao meu lado, muitas vezes meus braços não alcançam e eu fico muito ruim... Talvez eu tenha que pensar mais em mim... Talvez... Sempre fui muito intenso e talvez isso não seja tão bom... Depois de muito tempo meu coração sentiu movimentos diferentes, que oxigenavam minha mente, meus gestos, meu trabalho, meu dia a dia... Talvez a poesia me afaste do mundo, eu que sempre pensei que ela me aproximava dele... Talvez rimas não comportem a vida como ela é, sábio Nelson Rodrigues... Talvez... O mundo sempre foi para mim muito simples, mesmo na maior correria, cheio de obstáculos, de problemas, eu sempre o considerei simples... Busquei como filosofia de vida, simplificá-lo ainda mais, talvez o mundo precise ser complexo, para nos fortalecer... Talvez... Estou prestes a realizar um sonho: meu livro. Momento mágico, único... Vivo um momento muito feliz... Talvez eu sonhe demais e por isso esteja tão feliz assim... mas o mundo lá fora corre, te atropela, te afasta da rima e te cobra e te cobra e te cobra... Amor tem que fazer sorrir sempre, qualquer e todo o tipo de amor... Talvez eu seja ingênuo demais. Talvez... Acredito na claridade e o que podemos fazer para auxiliar o dia ser mais claro, acredito em olhares sinceros, em abraços apertados e beijos de olhos fechados e apaixonados... Querer é o verbo mais poderoso do mundo e anda de braços com o amar... Talvez a felicidade seja uma grande construção... Mas o que eu sei acima de qualquer coisa é que as minhas palavras são sinceras...

A Dona Paciência

A paciência era uma jovem e educada senhora

Na mocidade se apaixonou loucamente por um jovem de nome Acaso
O tempo passou, passou a hora
E ela de tanto acenar cansou seu braço

Acalento

O acalento de uma alma está na busca da felicidade

Conhecer sonhos, pessoas e novos amores
Buscar em cada um deles um ensinamento, uma cor
Vivenciar o querer intensamente sem colocar datas
Sem colocar endereços, nem marcas, nem limites
Entender as tantas nuances do amor

Vivenciá-lo, pois é por ele que viajamos
E viajar, e navegar, e sonhar é prioridade
A alma assim é acalentada, o corpo assim sorri
Entregue-se ao desejo de ser feliz e assim seja
Incondicionalmente vivo e presente e intenso
Sem cobrar nada, sem pedir nada, apenas bem viver

O momento está agora e é preciso vivê-lo
Com todas as forças do coração
A brevidade da vida não conta quando encanta

Essa chuva

Acende uma chuva aqui dentro
Vindo de um lustre com uma luz fraca
Uma dor conta pingos
Uma espera que o destino crava
Um “não sei lá” que responde tudo
Uma alma que não se lava
Um grito encharcado e mudo
Um querer quase absurdo
Vontade de te ver
Um amor que me faz ser
Tudo àquilo que eu sempre quis ser
E essa chuva que não passa